Seminário debate presença de Centros Regionais de Desenvolvimento

A reitora da Universidade da Região da Campanha, Lia Maria Herzer Quintana, tem dedicado grande parte de sua agenda para questões ligadas ao desenvolvimento regional. Na última semana, ela foi reconduzida à presidência do Conselho Regional de Desenvolvimento Campanha (Corede/Campanha). No mesmo dia, participava, em Brasília, de um seminário internacional que abordava o papel das instituições de Ensino Superior do Brasil como entidades essenciais ao crescimento nacional.
Identificar a importância das universidades para o desenvolvimento das cadeias produtivas não chega a ser uma novidade para a reitora de uma universidade filantrópica com várias práticas comunitárias. Contudo, ela decidiu colocar a instituição à disposição da comunidade em mais este desafio desde o ano de 2016, quando elegeu-se presidente do Corede pela primeira vez. “Acredito que pela qualidade de seus colaboradores, as universidades possuem um ponto privilegiado, tanto para observar os gargalos e pontos fracos das economias, quanto para mobilizar a sociedade em sua resolução”, declara.

Educação
A ligação entre o tema do desenvolvimento e a educação tem recebido tanta atenção do governo federal que o Ministério da Educação resolveu apresentar uma proposta específica, cujo principal exemplo prático é o estímulo à instalação de projetos-pilotos de Centros de Desenvolvimento Regional – os CDRs – em áreas estratégicas do território brasileiro. Quatro unidades foram instituídas desde o semestre passado, uma delas foi criada em Bagé, município sede da Urcamp. O seminário do Distrito Federal onde a reitora estava, debatia exatamente o modelo de gestão a ser adotado por regiões inteiras interessadas em superar suas pendências econômicas e deficit produtivos, não através de políticas de dependência das demais instâncias de governo, mas a partir de sua própria capacidade de mobilizar talentos, conhecimento e potencialidade.
E para que isso se concretize, o Ministério da Educação (Mec) aposta na capacidade de ensino, pesquisa e de extensão das universidades desde que voltadas aos problemas de suas comunidades. Responsável perante o Mec de fazer avançar este projeto, o secretário de Educação Superior, Paulo Barone, acredita que os CDRs vão potencializar a ação de instituições de Ensino Superior que, aliadas num grande processo de sinergia, vão atender as demandas de regiões inteiras que não recebem os benefícios diretos da presença de uma universidade. As ações esperadas dos centros regionais são diagnósticos, pesquisas e, até mesmo, a formação e qualificação de mão de obra especializada em áreas estratégicas apontadas nos estudos.

Parceria é palavra de ordem
Por isso, os centros não se destinam exclusivamente ao trabalho com as universidades federais, mas fazer com que todas as instituições possam trabalhar em conjunto no mesmo desafio, como acontece em Bagé, onde a sede do CDR instalou-se na Urcamp, mas que, tanto no CDR quanto no Corede, a reitoria trabalha em parceria com a Universidade Federal do Pampa. Exemplo disso, foram os meses de março e abril que marcaram a elaboração e aprovação de uma carteira de 18 projetos estratégicos de desenvolvimento que apontam diversos setores e serviços que podem ser potencializados como fontes de geração de emprego, renda e melhorias na qualidade de vida dos habitantes de toda a Campanha gaúcha.
De acordo com Barone, o CDR trabalha sob uma concepção de desenvolvimento que prevê a transformação de estruturas tanto econômicas quanto sociais. Tal premissa eleva a expectativa quanto à participação dos agentes envolvidos nos projetos e, também, permite supor maior inclusão e qualificação da população nas inciativas. Assim, todas as propostas foram constituídas a partir de encontros com lideranças políticas, representantes de setores econômicos e produtivos e com as direções de entidades de ensino e tecnologia.
“Então, o projeto nos propõe trabalhar numa perspectiva de desenvolvimento que prioriza a qualidade de vida dos indivíduos e de melhoria nos serviços de infraestrutura, enfim, um padrão de convivência que aponta para um futuro com maior respeito ao próximo e liberdade para todos”, conclui Lia Quintana.