Plataforma Sou I da Urcamp já atendeu mais de mil demandas da comunidade

Em Urcamp | Por Yuri Cougo Dias

Criada em 2019, a plataforma Sou I da Urcamp tem como foco a resolução de problemas, sejam eles de empresas, repartições públicas ou de ONGs. E os responsáveis por isso são os próprios alunos da instituição que, sob a orientação de professores e profissionais do ramo, solucionam demandas e apontam caminhos, pelos Projetos Integradores. O resultado é um benefício mútuo, pois, para os alunos, trata-se de uma metodologia em que eles já vivenciam experiências reais da profissão e estabelecem uma rede de contatos. E para a empresa ou entidade atendida, a solução de um problema.

Passados dois anos do surgimento da plataforma, o resultado é de 1009 demandas atendidas; 887 projetos realizados; 583 mentores envolvidos; 306 empresas cadastradas e 180 pessoas da comunidade inserida.

Gerente de Campus e Inovação da Urcamp, Leandro Pires explica que a plataforma surgiu com o objetivo de mudar o modelo de ensino da instituição, de modo que o estudante deixasse de ser apenas o sujeito que recebesse o conhecimento para se tornar protagonista. “O aluno lida com demandas, problemas, situações reais já no primeiro módulo e primeira semana de curso. A Sou I vem com o conceito de conectar, de integrar a Open Innovation (inovação aberta), diminuindo a distância entre o lado acadêmico com a gestão prática”, argumenta.

A partir desse novo modelo, o entendimento da Urcamp passa a ser de que a prática é a principal aliada do conhecimento. “Temos números muito expressivos e esperamos que aumente ainda mais, pois ajudamos e colaboramos com o externo (empresas, comunidades, ONGs). E também ajudamos os alunos a já formarem uma cultura de solução de problemas. Isso é importante no momento que estamos vivendo, pois, inovar é preciso”, conclui.

Ponto de vista dos professores

Coordenadora do curso de Fisioterapia da Urcamp, Ana Colpo entende que a plataforma Sou I se torna fundamental na jornada acadêmica, pelo fato de contemplar ações de pesquisa e extensão. “A plataforma Sou I favorece a aprendizagem porque o desenvolvimento de projetos permite ações de extensão, mas também favorece a aplicação método-científico precocemente. Assim, a pesquisa e a extensão são contempladas de forma exitosa. Além disso, o aluno automaticamente se insere como parte do processo e é instigado a explorar diferentes perspectivas e a entender seu papel como protagonista na melhora da vida em sociedade”, aponta.

Coordenadora do curso de Sistemas de Informação, Maria Elaine Leon aponta que a dinâmica da plataforma representa a essência da Urcamp, que sempre primou pelo atendimento à comunidade. “Ela tem uso fácil e muito intuitiva para auxílio ao atendimento às demandas que nossos discentes escolhem. No curso de Sistemas de Informação, nossos alunos se agrupam por afinidade, a partir da demanda, do objetivo a ser alcançado. O mais gratificante de todo o processo, além do apoio que esta plataforma oferece em cada etapa de desenvolvimento do projeto, é a troca de saberes e experiências entre alunos-demandantes-mentores-orientador e a emoção pela superação de nossos aprendentes a cada etapa concluída com sucesso e, por fim, a vitrine que é a Mostra dos Projetos Integradores em nossa instituição”, destaca.

Práticas para boa postura no home office

Estudante do Módulo III de Fisioterapia, Amanda Burns Albano, 21 anos, conta que teve duas experiências com o Projeto Integrador. Ela ingressou na Urcamp no começo de 2020 e, em seguida, veio a pandemia. Por isso, os dois projetos foram realizados de forma remota.

Dentre eles, Amanda aponta que o projeto que mais a impactou foi o desenvolvido no Módulo II. A demanda dizia respeito às incidências de dores nas regiões lombar e cervical nos trabalhadores que estavam atuando em home office. Então, os alunos escolheram como público-alvo do projeto os professores da Urcamp e fizeram uma cartilha de boas práticas posturais, englobando o conceito de ergonomia e exercícios para alívio de dor. “Acredito que o mais interessante desse projeto foi que conseguimos enviar a cartilha para todos os professores da Urcamp, incluindo os dos campi de Alegrete, São Gabriel e Livramento. Foi incrível ler os feedbacks deles, perceber que fomos úteis e conseguimos ajudar a melhorar a rotina desses trabalhadores”, contextualiza.

Sobre a importância do Projeto Integrador, Amanda acredita que os benefícios são vários para o aprendizado. “Além de desenvolvermos habilidades científicas, que nos preparam para toda a jornada acadêmica, nós elaboramos um projeto no qual a demanda é relacionada com os componentes que estamos estudando. Com isso, conseguimos fazer uma ligação entre a parte teórica e a parte prática e temos a oportunidade de atender uma demanda da nossa comunidade”, complementa.

Protótipo de um óculos sensorial

Acadêmica de Sistemas de Informação, Amanda Ricardo Mello, 24 anos, destaca como trabalho mais marcante o desenvolvimento de um protótipo de óculos sensorial, destinado à Associação de Deficientes Visuais em Bagé. A tecnologia tem como finalidade o aumento da autonomia por parte dos assistidos, visto que o óculos contém sensores ultrassônicos e pequenos motores de vibração, que se ativam e vibram após os sensores captarem algum obstáculo.

Além do impacto social que o projeto já gera por si, Amanda relata que a iniciativa teve um viés emocional. “Eu fui criada pela minha avó, Floraci. A mesma teve uma doença que resultou na perda da sua visão. Por convivermos diariamente, já acompanhava diariamente as limitações que a condição impôs a ela. Além disso, eu e meus colegas do grupo do desenvolvimento do óculos fizemos uma visita presencial na associação, o que nos possibilitou a oportunidade de ouvir relatos e receber sugestões dos assistidos. Foi muito legal o sentimento de empolgação emanado enquanto a conversa ocorreu. ‘Ah, mas existem as bengalas!’. Correto. Elas existem. No entanto, elas não são capazes de detectar obstáculos como uma janela aberta ou um orelhão, por exemplo. Outra vantagem, é que o óculos pode ser utilizado também dentro de casa, sem causar algum desconforto sequer”, explica.

Tal iniciativa é mais um exemplo do quanto a teoria e a prática podem trazer resultados diretos para o aluno e para a comunidade. “Acho interessante e muito eficaz, pois, além de estarmos pondo em prática tudo aquilo que aprendemos nas aulas, nós fazemos isso de uma maneira similar ao que ocorre no mercado de trabalho. Mas com certeza, a principal vantagem se concentra no trabalhar em grupo, pelo amadurecimento de valores essenciais em qualquer empresa, que são colaboração e respeito”, finaliza.

 

COMO FUNCIONA O PROCESSO

Soluções

A solução das demandas será resolvida a partir da integração entre estudantes, comunidade e empresas. Essa interdisciplinaridade também acontece entre os cursos da Urcamp, viabilizando com que diversas áreas atuem entre si na busca de soluções, podendo proporcionar, inclusive, mais de um resultado ao projeto.

 

Levantamento de soluções

As soluções são discutidas pelos estudantes em sala, junto aos orientadores. Elas podem contar, também, com a ajuda de mentores, entre eles, ex-alunos da Urcamp e outros profissionais com experiência de mercado.

 

Desenvolvimento de ações

Durante o semestre serão desenvolvidas ações para alcançar os objetivos das soluções propostas. Os estudantes propõem ações a serem realizadas nas empresas, na comunidade ou na própria instituição de ensino.

 

Onde acessar

Soui.urcamp.edu.br

 

Áreas de atuação

Administração

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Agronomia

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