Plataforma Sou i da Urcamp oportuniza resolução de 543 demandas da comunidade

Época de retorno às aulas e para construção de novas ideias. Mesmo com a pandemia, a Urcamp não parou; apenas se adaptou aos novos tempos e virtualizou o ensino, a fim de cumprir com o distanciamento social. E por não ter parado, a instituição passou a ter papel ainda mais importante na resolução de demandas na comunidade, sejam elas de empresas, repartições públicas ou instituições sociais. Tudo isso graças à Plataforma Sou I, que integra o modelo da Graduação I. A implementação foi feita no início do ano letivo de 2019, em todos os Campi, e oportuniza, aos alunos, solucionarem problemas reais no meio em que estão inseridos.
As demandas são depositadas na Plataforma Sou I, onde as empresas, prefeituras, associações, clubes de serviços, ONGs, lançam de forma on-line os seus problemas ou desafios. Ao início de cada semestre, os alunos escolhem a demanda a ser trabalhada e constroem os projetos com as soluções que são entregues, mediante um projeto. Desde a implantação, a plataforma dispõe de 654 demandas registradas; 543 projetos realizados; 447 mentores; 248 empresas cadastradas e 122 pessoas da comunidade envolvidas. O endereço utilizado para cadastro de demandas das empresas e entidades, em toda a região, é https://soui.urcamp.edu.br/.
Gerente de Campus e Inovação da Urcamp, Leandro Pires também é responsável pela plataforma Sou I. Segundo ele, o principal objetivo, em 2019, ano da implantação, foi conectar o ambiente acadêmico com situações do mundo real. "Como alguns sabem, trabalhamos junto com os alunos as situações reais da comunidade, dos empresários e das instituições, do primeiro ao terceiro setor, na busca de soluções numa vasta atmosfera. Estamos convencidos que esta proposta colaborativa, que vem sendo abastecida no ecossistema de inovação da Urcamp, não gera apenas um impacto acadêmico e institucional. Ela rompe as barreiras do ensino, criando forças propulsoras e influenciando de forma positiva e acelerada nas atividades das pessoas, principalmente neste novo cenário", enfatiza.
E justamente nesse período de distanciamento social, a intervenção da Urcamp junto à comunidade se torna mais primordial para que os setores permaneçam a pleno, mesmo diante dos impactos econômicos e sociais. "Gostaríamos de agradecer a todos os atores (internos e externos) envolvidos na utilização desta ferramenta, desde a ideação, prototipação e implementação para chegarmos a estes resultados", enfatiza Pires.

O aluno como protagonista no aprendizado

Pró-reitora de Ensino, Virgínia Dreux, destaca que uma das virtudes da plataforma Sou I é transformar o aluno em protagonista, durante sua jornada acadêmica. "Um grupo de alunos, supervisionados por um professor, escolhe demandas para desenvolver ao longo do semestre, relacionado com a Competência que está sendo trabalhada. Empresários, instituições públicas, assistenciais, autônomos que queiram desenvolver um projeto postam na plataforma, com a opção de marcar algum curso que deseja destinar. E o professor supervisor entra com os alunos, na plataforma, busca a demanda, trabalha durante o semestre e entrega o produto no final. Eles vivenciam, na prática, a profissão futura que escolheram desde o primeiro módulo", ressalta.
Com projetos desenvolvidos por semestre a semestre, Virgínia destaca que o aluno já se forma com um currículo amplificado. "Imagina um curso de cinco anos. Quantos projetos o aluno terá desenvolvido? Traz um ganho para o aluno, que vivencia a prática, e traz um ganho para a empresa. Que eventualmente, não teria alguém que fizesse a demanda ou que não tivesse verba no momento. No modelo de aprendizagem que implantamos, na Graduação I, isso só vem a somar. O aluno se torna protagonista do seu aprendizado. Ele escolhe seu caminho e desenvolve", argumenta.

Acadêmicos se reinventam na pandemia

Vice-reitor e responsável pelos Projetos Integradores, Fábio Paz afirma que o principal objetivo da plataforma Sou I foi resolver um problema histórico dentro do ambiente acadêmico. "Na época que eu estudava, passávamos quatro, cinco anos, e quando chegávamos no final, fazíamos um TCC. Não tínhamos prática, vivência no mercado de trabalho. Quando saíamos, sentíamos que não estávamos preparados. O Sou i une todo o conteúdo e faz um link com o conhecimento adquirido na teoria. Pelo Projeto Integrador, o aluno tem que resolver um problema real e começa a perceber que precisa ir um pouco além da teoria. Depois, volta o contato com o professor daquele conteúdo e consegue até aprender mais", afirma.
Na concepção de Paz, o diferencial é a bagagem que o aluno carrega ao sair do curso. "O aluno tem um portfólio enorme no final do curso. Ele faz um TCC por semestre. A vivência que adquire é uma experiência que o torna mais preparado para o futuro e mercado de trabalho", salienta.
Em março, quando iniciou o processo de distanciamento social, Paz afirma que os alunos temiam que os projetos não pudessem ser resolvidos, pelo impeditivo do contato físico. No entanto, foi mais uma oportunidade para os estudantes se reinventarem.
Nesse sentido, Paz cita como exemplo um projeto desenvolvido pelo curso de Educação Física do campus de São Gabriel. "Eles estavam trabalhando para uma entidade assistencial, que atua com crianças autistas. Com a pandemia, aquela instituição não pôde funcionar mais de forma presencial. Então, os alunos criaram vídeos e enviaram os pais dos assistidos, ensinando como trabalhar atividades físicas com filhos autistas. Nessa pandemia, nossos alunos se reinventaram e acabaram auxiliando as empresas e instituições a também melhorarem seus atendimentos, processos nesse momento. E claro, os professores também são peças-chaves, pois há três, quatro anos, estamos trabalhando na mudança de mentalidade. Hoje, isso repercute na qualidade que estamos entregando aos alunos e, consequentemente, para a comunidade, com esses projetos", contextualiza.

Estudante de Nutrição ressalta envolvimento com comunidade

Gabriela Pinheiro Meinardo, 29 anos, vai para seu segundo semestre de Nutrição, Campus Bagé. Mesmo com pouco mais de seis meses de aprendizado, já acumula boas experiências dentro da área. Junto da colega Géssica Ximendes, Gabriela participou de um projeto que atendia demanda da Emater. "Orientamos sobre as boas práticas agrícolas, através das mídias sociais, com a criação e um e-book, e sobre boas práticas. Também participamos de uma entrevista de rádio, na Delta FM, no programa do Silvinho. E também falamos sobre a importância da agricultura familiar, já que é a base da alimentação brasileira. E com a pandemia isso se destaca ainda mais, já que as pessoas começaram a se cuidar e prestar mais atenção na saúde e nos alimentos, no que compram, e também preferindo o comércio local", comenta.
Embora o caminho ainda seja longo, Gabriela já se sente satisfeita com o modelo de ensino. "O projeto integrador é uma oportunidade incrível que a Urcamp proporciona a nós, acadêmicos. Isso faz com que cada um de nós possa lidar com situações reais e desafios da área. Para quem estava começando, como é meu caso, já que entrei em fevereiro, direto no terceiro módulo, me deparei com o projeto integrador. Mas desde o primeiro momento gostei muito dessa ideia, pois faz com que realmente aprendamos na pratica. Agora, só esperando pelo novo projeto desse semestre, o que da um nervoso, mas faz parte. Estou muito feliz de estar estudando Nutrição, que é o que sempre quis, e principalmente por ser na Urcamp, uma grande instituição. Sinto muito orgulho em hoje ser aluna", finaliza.